sábado, 6 de novembro de 2010

Lavando a alma

Suzette Rizzo

De mim, chove solidão...
molha o rosto, a blusa, o chão.
De mim, surgem idéias iludidas
e vez ou outra uma inspiração.
Minha alma passeia no sono
abraçada aos meus motivos,
são encontros que me impulsionam
a outros pontos não mais vivos.
De mim, chovem todas as águas;
De rios, de mar, misturadas
e chove um medo cor de piche
e chove dor da cor do sangue.
De mim, chove a vida que carrego
outras que carreguei,
chove o que causei ontem
e bem antes de hoje ser.
De mim, chove agua filtrada
que rega meus verdes,
limpa o solo em que piso,
e lava o palanque
onde vomito o que sinto.

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